O guloso. O dorminhoco. O matreiro. O mimado.
Está a ficar crescido...
E cada vez mais guloso, dorminhoco, matreiro, mimado.
E cada vez mais fiel, dócil, amigo do dono.
Qual cão, qual quê!
É um gato, pois é. É o meu gatinho.
Desafiando o lugar-comum de que os gatos são traiçoeiros, o meu é amigo incondicional.
Na soleira da porta à espera do dono, com a diligência paciente de quem sabe que vai ter o que quer, assim que chegar a hora. Biscoito (ah, pois!... não gostas mas tem de ser), um doce e um miminho.
O doce, meu gato, sabe-te sempre a pouco... Um pedaço de fiambre, uma rodela de chouriço, são os teus doces favoritos. Como ficas feliz com um docinho desses, antes de chorares por mais! Como se à tua frente um rasgo de felicidade te devorasse por instantes, nada mais havendo no mundo que o teu fiambre ou chouriço, e logo arrepiasse caminho para lá do teu horizonte, deixando-te assim de mãos a abanar. Amanhã há mais, meu gatinho, agora só se for biscoito. Não adianta de nada esse choro infantil, que eu sei, e tu sabes, que um miminho basta para te consolares da brevidade das coisas excepcionais. Que bom feitio tens tu, meu gatinho, que te contentas com uma festinha, dada em lugar de mais petisco. Como te abandonas depressa ao ronrom, anunciando o oó a aproximar-se em pezinhos de lã.
Para ti gato que sabes aonde pertences, que com tão pouco te contentas depois de te regozijares com tanto, que adormeces no afago da mão do dono, os meus muitos parabéns pelo teu 1º aniversário.
Vega, aka C.V.O.