Sunday, September 04, 2011

Ir e ficar


Se me desprendesse assim, leve e solta como uma folha de outono, voaria alto e longe ao sabor do vento, e depois de pousar em tantos sítios, talvez aterrasse em parte incerta, só até o vento me arrancar outra vez.

Assim, fico presa vendo o vento passar e arrancar as outras folhas, deixando-me a sós com a árvore despida. Espero e penso, solto uma lágrima de lamento, mas decido ficar, só mais uma vez. Porque não quero largar esta árvore. Porque esta é a minha árvore. Porque ser-lhe fiel não é um dever mas um acto de amor, uma necessidade e uma impossibilidade de ser de outra maneira, e nem que as outras folhas me gozem, é aqui que eu quero ficar, à espera que os ramos se voltem a encher de vida, e mais tarde a despir e a vestir de novo…

Estará a razão do lado de quem? De ninguém, pois ela simplesmente não existe aqui. Quem será mais feliz afinal? Não sei… Haverá alguém mais feliz?

São perguntas difíceis, quase retóricas, e eu só posso adiantar a mesma resposta sempre, bem simples afinal:

Esta é a minha árvore!…

Vega, aka C.V.O.











Imagem daqui