Thursday, September 17, 2020

Meu ser pequenino

Por ti meu ser pequenino

Que dormes o sono dos inocentes

Velam os meus olhos, meus ouvidos

Anseiam todos os meus sentidos

Pela hora em que te apresentes,

Com um pezinho, um pontapé

Toda a doçura que o mundo tem

Nos teus ímpetos de bebé

A inquietar as entranhas da mãe.

 

Não sabes, não tens como saber

O tamanho da minha gratidão

A ti, meu pequenino ser

A vingar contra os impossíveis

Tão focado nessa missão

De vencer os invencíveis

Obstáculos e crescer,

Num esforço do herói que és

Para passar com distinção

Contra ventos e marés

Todas as provas até nascer.

Assente tens a promessa

Do meu abraço infindável

A suster um mundo inteiro

De um amor inviolável.


Vega, aka C.V.O.

Friday, September 11, 2020

Voando...

Sonhei contigo, e com os teus pezinhos a borboletearem na minha barriga. Sonhei que eu própria ganhava asas ao sentir a tua presença e, como uma borboleta, esvoaçava sobre os campos, sobre o mar, sobre o mundo inteiro… O ar passava a ser o meu lugar e, alheia às iniquidades da terra, proteger-te-ia dos seus ardis, jogos sujos e outras trapaças humanas. Lá em cima poderíamos viver e sonhar sem limites, sem que ninguém nos cortasse as asas para nos impedir de voar mais longe e mais alto, sempre.

Vega, aka C.V.O.

Monday, May 25, 2020

De estrelas cadentes e desejos

(Do baú de Maio de 2013)

Por cada estrela um desejo,
Mas só se rasgar o céu.
Aproveitando o ensejo,
Vou-me pôr à janela
Para não perder um lampejo,
Que o sonho já tenho, é só esperar
Que as estrelas venham para o agarrar.


Vega, aka C.V.O.

Wednesday, March 18, 2020

As cordas da natureza


Que todos os instrumentos do universo se concertem para que todos os sons, sopros e fôlegos da natureza se coordenem e honrem o pacto de guardar e proteger o teu caminho. Porque és o filho do meu primo Ricardo e, por isso, carregas em ti uma parte do meu coração. Que ficou suspenso até tu nasceres e só recuperou o ritmo quando soube que estavas bem. Estes pedaços de coração que tenho dispersos em peitos que não são meus não deixam aquele que trago no peito bater em livre arbítrio. Ao mais suave murmúrio do vento, transportado pela mais longínqua e imperceptível corda dissonante que o prende ao pedaço de coração alheio, aquele que tenho no peito encolhe, intimida-se, perde o compasso da batida, quase deixa de bater.  Só com o vibrar de todas as cordas em uníssono é que o coração do meu peito pressente a natureza afinada e toca livre por alguns momentos. Por isso, que todas as cordas se concertem para que todos os pedaços (agora mais um!) do meu coração possam bater em uníssono, em silêncio, surdina ou alta voz, mas sempre em liberdade.  

Vega, aka C.V.O.