Tuesday, January 12, 2016

Baú de sonhos

Tenho sonhos guardados num baú. Tantos sonhos, e tão grandes… que aguardam desde longe (desde quando?) a hora de saltar. Têm os seus dias, como todos nós. Alturas há em que, de ânimos exaltados, incapazes de aguentar um segundo que seja, agitam-se, acotovelam-se, tentam arrombar a tampa. Mas oh!, logo a seguir há uma voz que sopra, em surdina, que os sonhos assim forçados a sair jamais voarão tão alto como os largados de forma livre…  e mais, que esses sonhos, largados antes de tempo, estão condenados a cair. Pois então lá respiram fundo, sossegam, esforçam-se a todo o custo (em nome de um bem maior!) por acalmar os ânimos… E toda a força que têm (e que nem imaginavam ter!), toda a força que têm vão concentrar, em uníssono, para fazer figas, muitas figas até sangrar… para que, em breve, uma milagrosa chave os venha libertar… e aí sim, lançados de rompante aos céus, vão poder voar bem alto, bem longe, para lá da estratosfera… E quando tocarem nas estrelas, vão perceber que valeu a espera, valeram as horas de perseverança, valeram os anos de tropeções dentro do baú atarracado.

Vega, aka C.V.O.