Tenho sonhos guardados num baú.
Tantos sonhos, e tão grandes… que aguardam desde longe (desde quando?) a hora
de saltar. Têm os seus dias, como todos nós. Alturas há em que, de ânimos
exaltados, incapazes de aguentar um segundo que seja, agitam-se, acotovelam-se,
tentam arrombar a tampa. Mas oh!, logo a seguir há uma voz que sopra, em
surdina, que os sonhos assim forçados a sair jamais voarão tão alto como os
largados de forma livre… e mais, que
esses sonhos, largados antes de tempo, estão condenados a cair. Pois então lá
respiram fundo, sossegam, esforçam-se a todo o custo (em nome de um bem maior!)
por acalmar os ânimos… E toda a força que têm (e que nem imaginavam ter!), toda
a força que têm vão concentrar, em uníssono, para fazer figas, muitas figas até
sangrar… para que, em breve, uma milagrosa chave os venha libertar… e aí sim,
lançados de rompante aos céus, vão poder voar bem alto, bem longe, para lá da
estratosfera… E quando tocarem nas estrelas, vão perceber que valeu a espera,
valeram as horas de perseverança, valeram os anos de tropeções dentro do baú
atarracado.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment