Que todos os instrumentos
do universo se concertem para que todos os sons, sopros e fôlegos da natureza se
coordenem e honrem o pacto de guardar e proteger o teu caminho. Porque és o
filho do meu primo Ricardo e, por isso, carregas em ti uma parte do meu coração.
Que ficou suspenso até tu nasceres e só recuperou o ritmo quando soube que
estavas bem. Estes pedaços de coração que tenho dispersos em peitos que não
são meus não deixam aquele que trago no peito bater em livre arbítrio. Ao mais
suave murmúrio do vento, transportado pela mais longínqua e imperceptível corda
dissonante que o prende ao pedaço de coração alheio, aquele que tenho no peito
encolhe, intimida-se, perde o compasso da batida, quase deixa de bater. Só com o vibrar de todas as cordas em uníssono
é que o coração do meu peito pressente a natureza afinada e toca livre por alguns momentos. Por isso, que todas as cordas se concertem para que todos os pedaços (agora mais um!) do meu coração possam bater em uníssono, em silêncio, surdina ou alta
voz, mas sempre em liberdade.
Vega, aka C.V.O.
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