Saturday, December 18, 2021

Para lá do muro

Dantes havia o sol

Que jorrava e descobria

Segredos nas alvoradas

Vales floridos, enseadas

Tesouros escondidos

Praias roubadas.

Havia a chuva outros dias

A enfeitiçar as histórias

De amores proibidos, fugidias

Horas, perpétuas memórias

Do que não foi,

Só em fantasias.

Havia o nevoeiro denso

A inventar mistérios

Fabricar magias

A criar impérios

De palavras bonitas

Em páginas vazias.

 

Agora há um muro alto

De tijolo e cimento

Feito de maldade

A atirar desalento

A cingir liberdade

De voar, criar e sonhar...

O muro é tão alto

Não deixa passar…

 

O meu maior sonho

É derrubar o muro

Espalhar os tijolos

Bem longe ti

Para te dar o mundo

Profundo e inteiro

E tão verdadeiro

Como o conheci.

Vega, aka C.V.O.

Monday, December 13, 2021

Natal

Tocam os sinos na cidade

Repicam sonhos nos meninos

Nos crescidos bate a saudade

Das histórias que pareciam verdade

Agora contos, lendas, hinos

Que se agitam em desalinho

E vêm inundar de vida

O Natal dos pequeninos.

A neve, os filhoses, o azevinho

A magia tocada a luzes

Como chuva tocada a vento

Não ver mas sentir o caminho

Do trenó no firmamento

O Pai Natal a imergir

No buraco da chaminé

Que pouca sorte nunca advir

Encontrá-lo mesmo ao pé!
Vale a alegria, a surpresa

Da árvore rejubilante

De presentes, e a certeza

De para o ano, com mais esperteza

Apanhá-lo em flagrante.


Das histórias se fazem contos

Lendas, hinos para dourar

O Natal de quem quiser

De amor guardo baús gigantes

De Natais de ora e de antes

Para dourar os que mais houver.

Vega, aka C.V.O.

 

Wednesday, December 08, 2021

Todo o universo e mais além

Dos teus olhos saem luzes

Faíscam estrelas cintilantes

Saem sóis e luas, planetas distantes

Cometas, galáxias, nebulosas

Todo o universo e mais além

Nos teus olhos pequenos que contêm

Mundos gigantes de poesia

Fadas duendes magia

Partilhados com a mãe.

Cabem nos teus olhos infinitas

Palavras de sonhos e amor

Prosas cantadas, músicas escritas

Ecos estilhaços do fragor

Das tuas gargalhadas que amo

Cabem as minhas lágrimas até

Quando penso no quanto te adoro

Cabe o meu coração onde moro

Só não cabe isto que sinto e que é

O amor puro e desmedido da mãe

Sem condições, limites, barreiras

O amor que compenso mas fica aquém

Com beijos, abraços, brincadeiras.

Vega, aka C.V.O.