Pudesse uma pombinha levar-te
Um bilhete que dissesse
Que de longe, lá do alto
Bem de onde a saudade parte
Chega a arte que entretece
De força o desalento,
A doce voz da justiça
Com que me falas de dentro,
A fórmula de amar, maciça
Inteira, multiplicável
O exemplo em que me centro
Pois só em ti comparável.
Pudesse uma pombinha mostrar-te
O retrato que de ti fizesse,
A minha avó curvadinha
Sem labor de que se aparte
E que reparte como se houvesse
Toda a riqueza do mundo.
Pois de carácter gigante
Enches de ouro e diamante
Do mais rico ao moribundo.
Pudesse uma pombinha trazer-me
De volta o teu abraço
E nele dar-te a certeza
Que de amor feita a fortaleza
Em mim vives de ferro e aço.
Vega, aka C.V.O.
