Sunday, January 27, 2008

Lisboa ao acordar


Bate o sol na janela, a chamar por mim. Lá fora a cidade acorda, aos poucos, emergindo lascivamente, como uma noiva, por baixo do véu soalheiro. Espreguiça-se, não quer largar a almofada, até que, ao erguer-se mais um pouco, dá de caras com a sua imagem no espelho e tem um baque no peito. Apetece-lhe gritar.
Talvez sejam os raios de sol, generosos, a espraiarem-se sobre as casas, os prédios, as estradas, os carros, o elegantíssimo Aqueduto das Águas Livres e, mais ao longe, a ponte 25 de Abril e o Cristo Rei, recortando-se sobre a última linha do horizonte.
Talvez seja a sensação de estar de novo em casa, casa!, onde crescemos ou vivemos grandes paixões. Se juntarmos ambas as coisas, ai!, a nossa casa é o nosso deslumbramento, a nossa musa inspiradora.
Não sei por que é. Mas hoje, ao ver Lisboa pela manhã, parece-me mais bonita e romântica do que nunca.
O sol bate na janela, cada vez mais forte... E o meu coração bate com a força do abraço da cidade.

Vega, aka C.V.O.
25 Janeiro 2008

2 comments:

Nina said...

Também eu tenho saudades de Lisboa, a grande senhora que foi a minha morada por mais de vinte anos... romântica, culta, viva, apaixonada... sem dúvida!

Bom regresso ao manicómio, vemo-nos amanhã... :D

Pirata said...

Excelente.