Fosse eu dizer o que tenho a contar
Mil páginas não bastariam
Houvesse por onde começar
E tempo para acolher
Cada frase, cada sentença.
Pior seria o alinhamento
Assim que as deixasse correr
Soltas, sem retraimento
Sem ensaio ou ponderação.
No caos dariam certamente
Toldadas de júbilo e emoção
Por serem libertas finalmente
Inteiras, sem pontuação
Sem ordem ou regra vigente.
Seriam loucas, seriam vivas
Como uma mulher apaixonada
Seriam cegas e impulsivas
Lançadas todas em rajada.
Poderiam ser duras e afirmativas
Ou vibrantes e extasiadas
Seriam sombrias, desesperadas
Ou aplacadas de esperança.
Seriam minhas, seriam eu
Lá fora, cá fora, a reinar!
Embriagadas na própria dança
Aos acordes não iriam ligar,
A cadência não iriam sentir.
Sem se importarem sequer com a música
Dançariam até cair.
Vega, aka C.V.O.
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